Eu olho em volta e o que eu vejo?
Vejo sobras de alegrias
De lutas e fracassos
vejo laços, vejo penas
Vejo beijos, mas não abraços.
Eu olho em volta e o que eu vejo?
Vejo hipóteses de chuva,
Vejo próteses de sonhos
pela cobiça, pela verdade
E vejo que há excesso na maldade
Dúvidas e incertezas
Vejo cavalos, mas não princesas
Eu olho em volta e o que percebo?
Percebo o grande palco que nos envolve
Percebo atores infundados
E Percebo que coitados são aqueles
Que simulam um sorriso
Pois nesse riso há a ilusão
De um mundo mais humano
e dos restos, solidão
de mais um novo ano.